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Assembleia Municipal de Caminha – 28 de Junho (3)
2013/07/05, 9:35
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“Turismo do Porto e Norte de Portugal”  e o posto de turismo de Vila Praia de Âncora

PNORTEturismp“Não é propriamente a alteração ao Mapa de Pessoal — que, diga-se, desde já, subscrevemos — que nos faz intervir sobre este último ponto de uma longa ordem de trabalhos, mas sim a razão que obriga a tal alteração; isto é, a retirada da entidade do “Turismo do Porto e Norte de Portugal” do posto de turismo de Vila Praia de Âncora com a consequente,e justificada, passagem dos seus trabalhadores para os quadros camarários.

Esta retirada de Vila Praia de Âncora por parte do “Turismo do Porto e Norte de Portugal”  é apenas mais um, se bem que obviamente grave, sinal do evidente e grave desinvestimento desta entidade pública na promoção e valorização turística do nosso concelho, diria mais, de toda a região do Alto Minho.

CAPALIVROFINAL72dpiParece agora infelizmente claro que o facto da sede da entidade ter sido instalada em Viana do Castelo quando da sua criação, foi apenas um presente envenenado; o Minho nunca constou do seu nome e, pelo que vimos observando da sua atividade, o Norte tão pouco a tem ocupado demasiado, melhor sendo pois que esta entidade que superintende 88 municípios, mas não parece, se chamasse “Turismo do Porto e do Vinho do Porto”.

Num sector estratégico como o Turismo, cujos números disparam continuamente a nível internacional, cuja importância económica é tão significativa para o nosso país — apesar da crise, as receitas e o número de dormidas têm sempre aumentado —, com nota particular para o Norte, que tem crescido acima da média nacional, é inaceitável o que vem sucedendo no que diz respeito à nossa região alto-minhota!

Realmente, custa a perceber que neste panorama positivo, se destaque negativamente a sub-região Minho-Lima com um decréscimo de -0,4% — o maior de todo o Norte —, com menos 18,8% de dormidas e menos 14,4% de proveitos (estes dados, como os que seguem, são de um estudo recente da CCDRN, de Julho 2012).

Este decréscimo da procura turística da nossa região, é tanto mais escandaloso quanto se conhece o exponencial crescimento do número de passageiros no Aeroporto Francisco Sá Carneiro — aqui tão perto mas, afinal, parece que tão distante — e se sabe que a cidade do Porto tem as suas ruas aos fins-de-semana concorridas por milhares de  forasteiros chegados nos voos low-cost — mas esses, ninguém os vê por aqui.

Não será certamente pela ausência súbita de atrativos naturais e patrimoniais da nossa região, ou pela falta de simpatia dos alto-minhotos, que isto tem sucedido; nem tão pouco pela ausência de investimentos no setor, que até têm crescido contra-a-corrente, sendo o Minho-Lima a sub-região minhota com maior número de projetos e volume de investimentos aprovados no QREN.

Poderá haver outros fatores explicativos mas não temos grandes dúvidas que o maior problema reside na falta de adequada e inovadora promoção turística da nossa região, quase ausente desde a infeliz extinção da Região de Turismo do Alto Minho; a título de exemplo, para que melhor se perceba do que estamos a falar, no folheto do “Turismo do Porto e Norte de Portugal” dedicado aos “Monumentos a Norte”, de todo o nosso concelho, reduzido a uma página como os demais (a 13…) consta apenas a Igreja Matriz de Caminha e a Torre do Relógio, como se ficasse por aqui a nossa riqueza patrimonial!

Subscrevemos pois as preocupações que, desde há algum tempo — quando se tomou bem consciência deste estado de coisas — têm vindo a ser levantadas por cada vez mais vozes na nossa região, nomeadamente de autarcas no seio da CIM, que chegaram já ao ponto de ameaçarem voltar a chamar à região a gestão da sua promoção turística.

Gostávamos que estas preocupações fossem debatidas a nível do nosso concelho, devidamente inseridas no contexto regional alto-minhoto e luso-galaico  — e não apenas usadas como arma eleitoral, apresentando à pressa a três meses de eleições, grandes e definitivos “planos de marketing” de que ninguém ouviu falar antes, com horizontes temporais até 2020!.

Porque, como todos certamente reconhecemos, é no setor do Turismo — um turismo sustentável, à medida das características do local privilegiado que é o Alto Minho — que reside parte importante da nossa sobrevivência enquanto território e comunidade de vida e trabalho.”

Paulo Torres Bento – Deputado Municipal do Bloco de Esquerda


1 Comentário so far
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Perfeitamente de acordo, já quando foi criado esta ´região’ fui um crítico porque Porto e Norte de Portugal estava-se mesmo a ver quem é que iria tirar mais partido deste estupido nome.Por tudo de bom que o Dr Sampaio fez pelo Alto Minho neste caso este sr deu o total apoio á criação desta ‘região’ e principalmente ao seu atual presidente(por isso a sede veio p/ viana).Podemos falar do altominho mas também poderemos falar de trás-os-montes onde estão esteas verdadeiras regioes??? anda-se sempre a pedir decentralizações, depois, quando acontecem ‘alguém’ torna a centralizar….

Comentar por carlos lima




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